Atualizado em 15/09/2023

Setembro Amarelo: Tribunal de Contas realiza debate sobre prevenção ao suicídio

O “Setembro Amarelo”, mês dedicado a prevenção ao suicídio, foi marcado no Tribunal de Contas com a realização de uma mesa-redonda abordando aspectos diferenciados do tema com apresentações do psiquiatra Adriano Araújo, da psicóloga Milla Marinho e do musicoterapeuta Everson Fernandes, numa ação da Escola de Contas e do setor de Gestão de Pessoas, através do Projeto Agregar. “Trata-se de um assunto complexo que precisamos discutir. É um tema desafiador”, relatou o presidente do TCE, conselheiro Gilberto Jales, na abertura do evento. 

Com o plenário lotado, as apresentações foram iniciadas com a palestra “Para Além do Amarelo: como melhorar a prevenção do comportamento autodestrutivo”, ministrada pelo psiquiatra Adriano Araujo, mostrando pesquisas que apontam para mais de 700 mil mortes por suicídio ao ano, sendo a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo. Os indicadores apontam ainda que as mulheres tentam mais do que os homens, mas os homens morrem mais. Como grupos de riscos, os indicadores mostram que pessoas com algum tipo de transtorno mental, dependentes químicos e minorias, como as relacionadas a orientação sexual e gênero, são mais vulneráveis e que, para cada suicídio registrado, mais pessoas atentam contra a vida, inclusive pessoas do entorno. “É um problema complexo. A postura de acolhimento é a melhor forma de prevenção”, disse.

Em seguida, a psicóloga Milla Marinho falou sobre “Posvenção – o cuidado aos enlutados por suicídio”, destacando que além do transtorno mental, circunstancias fortes na vida podem levar, num ato de impulsividade, de grande sofrimento, ao suicídio. “Toda morte tem uma história e a gente só vê a ponta do iceberg. O que a gente precisa é ser tocado. Que sociedade é esta que estamos vivendo?”, questionou, lembrando que situações de preconceitos e julgamentos muitas levam pessoas a atentarem contra a sua própria vida. “Quem se mata não quer matar a si, quer matar a dor”, enfatizou, orientando que é preciso “escutar atentamente o outro, respeitar o tempo de cada um, não julgar, oferecer ajuda”. 

Finalizando, o musicoterapeuta Everson Fernandes fez a apresentação “Pulsar no compasso da vida: musicoterapia e saúde mental”, em que aliou uma conceituação teórica do trabalho com a prática do sentir e viver o som. “A  música vai além das palavras, é um canal de expressão para aquilo que não se consegue nomear”, explicou. A técnica, informou, nasceu nas enfermarias dos hospitais durante a guerra, como forma de melhorar os traumas advindos da violência, quando se observou que a música ajudava, aliviando os sofrimentos físicos e psíquicos dos pacientes. “Vida é ritmo. É pulsar”, ensinou. O evento foi mediado pela psicóloga Jordana Celi, do setor de Saúde e Bem Estar do TCE.

Veja a cobertura fotográfica completa no link: https://flic.kr/s/aHBqjAUNrc