O foco na ética e humanização no serviço público foi tema abordado em palestras realizadas nesta quarta-feira, (13/09), terceiro e último dia do Encontro Nacional de Corregedorias, Controles Internos e Ouvidorias dos Tribunais de Contas – ENCCO 2023, realizado em Natal, pelo Instituto Rui Barbosa e Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte (TCE/RN).
“É preciso dar sentido às relações, ter a capacidade de compreender e compartilhar os sentimentos de outras pessoas. Perceber o outro é humanizar-se”, relatou Danielle Ventura, ouvidora-geral do SUS, durante a palestra “Construindo uma abordagem mais humana no serviço ao cidadão”. Ela defendeu mais empatia no serviço público, sobretudo em órgãos como as ouvidorias. Para ela, é necessário ir além da carreira profissional. “Não se fala mais em atender, mas em encantar”.
Ventura apresentou conceitos de inteligência emocional e comunicação não violenta, que trabalham com questões como saber ouvir, compreender e conectar, práticas que levam a uma cultura organizacional centrada nas pessoas, fortalecendo laços de confiança entre instituições e cidadãos.
Como uma ponte, na sequência, o conselheiro Ouvidor do TCE/MG, Cláudio Couto Terrão, abordou o tema “O diálogo interorgânico como elemento concretizador da ética institucional”, enfatizando que “os órgãos não tem vontade, o que movimenta estas estruturas são as pessoas”. Ele defende, por exemplo, um maior diálogo entre as ouvidorias, corregedorias e controles internos, promovendo assim uma interação sinérgica e consequente aprimoramento da instituição.
“Os Tribunais ainda não estão preparados para reconhecer a autonomia destes órgãos”, disse, afirmando que ainda falta “maturidade institucional”. Para isso, as cortes de contas precisam ter elementos como integridade e comportamento ético, o que resulta em credibilidade, para se transformar, assim, num órgão essencial na estrutura social.
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