Atualizado em 28/09/2022

Setembro Amarelo: Tribunal de Contas realiza palestra sobre prevenção ao suicídio

- Como posso te ajudar? Numa sociedade marcada pela intolerância, pela violência, pelo preconceito, esta é uma frase que pode salvar vidas. Em meio à complexidade em torno do suicídio, tema em evidência no Setembro Amarelo, o Tribunal de Contas do Estado abriu suas portas para o debate da questão, possibilitando um maior conhecimento do assunto, numa perspectiva de prevenção. 

“O TCE sai, mais uma vez, das suas atividades rotineiras para abordar um tema de muita importância na sociedadejustificou o presidente do TCE, conselheiro Paulo Roberto Alves, na abertura do evento, enfatizando: “O suicídio é uma tragédia que ocorre em todo o mundo, não podemos ignorar”, disse.

Foram ministradas três palestras: Saúde mental: como prevenir e identificar o adoecimento, pela médica Ana Patrícia de Queiroz Medeiros Dantas; Um olhar historiográfico sobre o suicídio, pelo professor de história, Hercelino Rodrigues Teixeira Neto; e Prevenção e posvenção do suicídio, pela psicóloga Milla Marinho. O evento foi mais uma ação da Escola de Contas Professor Severino Lopes de Oliveira, em parceria com o setor de Saúde e o núcleo de Sustentabilidade.

Iniciando as palestras, a médica Ana Patrícia focou na depressão como um dos fatores que podem levar à tentativa de suicídio, caso não seja diagnosticada e não haja tratamento. No mundo, mais de 330 milhões de pessoas, de todas as idades, sofrem com quadros depressivos. É preciso ficar atento para sintomas como humor deprimido ou perda de interesse ou prazer, alteração de peso, agitação ou retardo psicomotor, fadiga ou perda de energia, sentimento de inutilidade, culpa excessiva e pensamento de morte. “Estas situações num prazo de duas semanas configura risco”, alertou, lembrando que casos de tentativa prévia ou  pessoas com doenças mentais merecem mais atenção. 

Logo em seguida o professor de História  Hercelino Rodrigues apresentou como o suicídio vem ocorrendo ao longo do tempo na humanidade, dos textos de Shakespeare até a carta de Getúlio Vargas, associando o fenômeno também a fatores sociais e suas variantes ao longo do tempo, como a vinculação ao pensamento cristão que remete a idéia de que “a vida é sagrada”; a decisão pela morte em atos de resistência, no período da escravidão e o silenciamento de fontes nestes casos, o que dificulta a realização de pesquisas na área.

A psicóloga Milla Marinho lembrou que pensar na morte faz parte da condição humana. “O suicídio é um ato final, não acontece da noite para o dia. Estamos banalizando ou acolhemos estas questões?”. Ela insistiu na necessidade do sujeito fazer a seguinte reflexão: como tenho me cuidado? Como vivenciamos nossas emoções? Para ela, na verdade, a pessoa não quer se matar, sim matar a dor que está sentindo naquele momento. “É preciso procurar ajudar, não desistir, existem profissionais e redes de apoio que podem ajudar”, disse.